A visita domiciliar (VD)
configura-se como uma oportunidade diferente de cuidado: visando à promoção da
saúde da comunidade com suporte técnico-científico, a ação desenvolve-se em um
espaço extra unidade de saúde. Na prática, entretanto, o que se tem observado
com maior frequência é a realização da VD para intervir ou minimizar o processo
saúde-doença. A VD é considerada a atividade externa à unidade de saúde mais
desenvolvida pelas equipes de saúde. Ela se caracteriza por utilizar uma
tecnologia leve, permitindo o cuidado à saúde de forma mais humana, acolhedora,
estabelecendo laços de confiança entre os profissionais e os usuários, a
família e a comunidade, ampliando o acesso da população às ações da Saúde em um
dos pontos de sua rede de atenção: o domicílio, a unidade residencial de
determinada família. No Brasil, a denominação VD remete à Estratégia Saúde da
Família (ESF), que viabiliza a Atenção Primária à Saúde no Brasil e assume
papel fundamental na organização do trabalho de suas equipes. Para a realização
dessa atividade, são necessários planejamento, execução, registro de dados e
avaliação. O registro é considerado um critério de avaliação da assistência prestada
nos serviços de saúde, aspecto relevante da informação sobre o processo de
trabalho desenvolvido pelos profissionais. A VD constitui um dos instrumentos
mais indicados na prestação de cuidados à saúde do indivíduo, sua família e
comunidade. Ela deve ser conduzida no bojo de um processo racional, orientada
por objetivos definidos e pautados nos princípios da eficiência, com a
finalidade de favorecer o restabelecimento da independência e a preservação da
autonomia do usuário. A VD, assim como as demais ações de saúde, além de ser
registrada nos prontuários, deve alimentar os sistemas de informações em saúde,
fundamentais para o planejamento e avaliação dessas ações.